terça-feira, 20 de janeiro de 2009

The Changeling


Neste filme Clint Eastwood, retrata a saga de uma mulher cujo filho desapareceu e a polícia substituiu por um outro.

É um impressionante retrato da condição feminina, de como tem que lutar não só contra o sistema, mas contra todo um modo de pensar e olhar para as mulheres.
Mesmo nos olhares masculinos mais compreensivos se nota uma certa condescendência, e a necessidade desse apoio masculino para conseguir ultrapassar forças corruptas que parecem inultrapassáveis.

Mas o que mais me impressionou neste filme é a forma como retrata a determinação de uma mãe. A força na sua procura e a recusa da morte do filho. Encontrar no mais pequeno gesto sinal de esperança para retomar uma ordem que há muito foi destruída. As provações que passa, as victórias que consegue são apenas passos, situações que não mudam aquilo que ela mais quer: encontrar o filho, ou pelo menos, saber com a certeza absoluta o que lhe aconteceu.

Mesmo quando, durante o filme, já quase temos a certeza do seu destino, ela prossegue, porque é assim que tem que ser. A sua força, a sua determinação fazem com que tudo o resto passe, ficando no centro a procura.
Clint Eastwood mostra-nos a série de situações que Christine Collins (interpretada por Angelina Jolie) passa como etapas, que não resolvem a sua busca. Por isso é que o filme não acaba nas victórias, não acaba em celebração, porque, tal como a vida, passados os momentos de euforia, tudo volta ao normal, e para Christine Collins, o normal, aquilo que lhe dá força é não desistir de procurar. As imagens que nos ficam são as de uma mãe, sózinha no quarto, a tentar perceber o que aconteceu ao filho.

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